O aguardado show de Lady Gaga na Praia de Copacabana, marcado para o dia 3 de maio, levanta críticas sobre as prioridades da Prefeitura do Rio de Janeiro, que investiu recursos milionários na realização do espetáculo enquanto a população enfrenta graves problemas sociais e de infraestrutura.
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A iniciativa, parte do calendário de eventos “Todo Mundo no Rio”, busca consolidar a imagem da cidade como um destino turístico e cultural de destaque. Contudo, moradores e especialistas questionam se o investimento em shows internacionais gratuitos é compatível com a realidade de uma cidade que ainda lida com desafios como a falta de vagas nas escolas, desemprego, desordem urbana, precariedade no transporte público e na saúde, além de enfrentar altos índices de violência.
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A metáfora do “pão e circo” ganha força nesse contexto, sugerindo que o governo municipal prioriza entretenimento para distrair a população dos problemas estruturais que afetam seu cotidiano.
O show de Lady Gaga promete atrair um público estimado de 1,6 milhão de pessoas e movimentar cerca de R$ 600 milhões na economia local. A prefeitura colocou R$ 15 milhões no evento.
“Vou gastar dinheiro público com a Lady Gaga? Vou. Com a Madonna gastei também. Sabe por quê? Porque enche todos os hotéis, enche todos os restaurantes”, alega o prefeito.
Enquanto a Prefeitura celebra o impacto econômico e a visibilidade internacional do evento, muitos cariocas se perguntam se esses benefícios realmente se traduzem em melhorias concretas para a qualidade de vida da população.
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Afinal, a vida do carioca melhorou depois do show da Madonna? Enfim, o show de Lady Gaga, com toda sua grandiosidade, reflete um dilema recorrente: até que ponto o investimento em eventos de grande porte é justificável em uma cidade que ainda luta para atender às necessidades básicas de seus cidadãos?
A resposta, ao que parece, ainda está longe de ser alcançada.