Em um movimento que escancara o contraste entre duas gestões presidenciais na América do Sul, o governo de Javier Milei anunciou nesta segunda-feira (28) um acordo com os Estados Unidos para iniciar o processo de isenção de visto para cidadãos argentinos. A medida, que poderá permitir viagens de até 90 dias para turismo ou negócios sem necessidade de visto, posiciona a Argentina como candidata ao seleto grupo do Visa Waiver Program, atualmente composto por apenas 42 países — na América Latina, apenas o Chile faz parte.
Milei: alinhamento com Trump e indicadores positivos
O acordo foi firmado durante a visita da secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kristi Noem, à Casa Rosada, e representa mais um passo na aproximação entre Milei e o presidente americano Donald Trump. A aliança ideológica entre os dois líderes tem rendido frutos diplomáticos e econômicos. Desde que assumiu o poder, Milei promoveu reformas liberais, cortou gastos públicos, reduziu impostos sobre exportações e desregulamentou setores estratégicos.
Os resultados são expressivos:
– Inflação caiu de 250% para cerca de 43% ao ano
– Salário médio em dólares subiu de US$ 250 para US$ 990
– PIB com projeção de crescimento de até 5% em 2025
– Superávit fiscal mensal desde o início do mandato
– Pobreza caiu de 57% para 38%
A OCDE e agências internacionais elogiaram as reformas, e o risco-país da Argentina caiu mais de 40%.
Lula: crise fiscal, desprestígio e tarifaço
Enquanto isso, o Brasil sob o governo Lula enfrenta um cenário de desgaste interno e externo. A imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, anunciada por Trump, deve entrar em vigor em 1º de agosto. O governo brasileiro, sem sucesso nas negociações, já admite que o tarifaço é uma realidade.
A crise fiscal brasileira se agrava:
– Déficit primário de R$ 14,5 bilhões em 2025
– Despesas cresceram 10,4%, enquanto receitas subiram apenas 5,6%
– Projeção de colapso nas contas públicas já em 2027
– Reforma tributária com alíquota de IVA de 27,84%, uma das maiores do mundo
Além disso, o governo Lula enfrenta críticas por sua aproximação com regimes autoritários e por uma postura confrontacional com os EUA, o que tem dificultado acordos comerciais e gerado instabilidade cambial.
O contraste entre dois futuros
Enquanto Milei conquista avanços diplomáticos e estabiliza a economia argentina com apoio internacional, Lula amarga isolamento político e uma crise fiscal que ameaça a governabilidade. A Argentina se aproxima dos EUA e do mercado global; o Brasil, por outro lado, vê suas exportações ameaçadas e sua imagem internacional desgastada.
A diferença de resultados entre os dois líderes — um alinhado com Trump e reformas liberais, outro com retórica antiamericana e políticas expansionistas — pode definir os rumos da América do Sul nos próximos anos.