A coincidência do lançamento da camisa vermelha com o ano eleitoral de 2026 expõe a possível exploração do futebol, frequentemente usado como ferramenta de união nacional, como instrumento político. Mas parece que foi gol contra.
Uma pesquisa divulgada pela Quaest nesta quarta-feira revelou que 90% dos comentários nas redes sociais sobre a suposta nova camisa vermelha da Seleção Brasileira foram negativos.
A pesquisa confirma uma outra feita pelo site Lance!, na véspera, que também apontou enorme rejeição à mudança do uniforme para a Copa de 2026, que coincide com as eleições presidenciais.
O levantamento Quaest, que analisou cerca de 24 milhões de menções em plataformas como X, Instagram, Facebook e YouTube, destacou a forte rejeição à possibilidade de alteração nas cores tradicionais do uniforme, que historicamente incluem amarelo, azul, verde e branco.
Futebol como instrumento político
A polêmica começou após o vazamento de imagens não oficiais do uniforme, que seria lançado para a Copa do Mundo de 2026.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiu um comunicado afirmando que as imagens não representam a versão final e que a decisão sobre o design será tomada em conjunto com a patrocinadora Nike, mas não negou a utilização da cor vermelha.
O debate já tomou proporções políticas, com figuras públicas criticando a mudança como uma afronta aos símbolos nacionais.
Rafael Satiê, vereador no Rio de Janeiro pelo PL, foi um dos que também usou as redes sociais para mostrar sua indignação com a mudança da cor da camisa da Seleção Canarinho. Ele resumiu de forma clara e objetiva a polêmica:
“A camisa verde e amarela representa a nossa história, nossa fé, nossas vitórias e o amor que une o Brasil de norte a sul. Bolsonaro não sequestrou as cores do Brasil, o Bolsonaro resgatou o orgulho de ser brasileiro. Agora, coincidentemente, em ano eleitoral, aparece uma camisa vermelha — e querem que o povo acredite que é só uma jogada de marketing? A tentativa de politizar o futebol é um desrespeito com o brasileiro que torce, que vibra e que enxerga na Seleção um símbolo da nossa unidade. Isso não é só mau gosto. É gol contra!”.
Com a Copa do Mundo sendo realizada nos Estados Unidos, Canadá e México, e o Brasil buscando seu hexacampeonato, a controvérsia sobre o uniforme promete continuar.
A questão vai além do design e de uma mera coincidência: ela alerta para o possível uso do futebol como instrumento político para tentar influenciar o resultado do pleito.