A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira, 30 de abril, trouxe à tona um dado preocupante: o governo federal liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o pior avaliado no combate ao crime, com apenas 25% de aprovação em sua atuação na área de segurança pública.
Em contraste, os governos estaduais obtiveram uma avaliação mais positiva, com 36% de aprovação. O levantamento ouviu 2.004 pessoas entre 27 e 31 de março. A margem de erro é de 2 pontos.
O levantamento também revelou que 70% dos entrevistados consideram a violência e o crime organizado como problemas de caráter nacional, reforçando a necessidade de uma ação mais efetiva por parte do governo federal.
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A percepção é de que o Planalto tem falhado em assumir seu papel de enfrentamento ao crime em suas atribuições de impedir a entrada de armas e drogas no país e combate as quadrilhas interestauais.
Não são de hoje as críticas direcionadas ao governo Lula na área de segurança. Destacam-se as políticas de desencarceramento e a abordagem que, segundo opositores, promove a vitimização de criminosos e a bandidolatria.
Essas medidas têm sido apontadas como fatores que contribuem para a escalada da violência e a sensação de insegurança em todo o país.
A pesquisa também evidencia o cansaço da população com a falta de coordenação entre os governos federal e estaduais.
Enquanto 85% dos entrevistados defendem uma ação conjunta para combater o crime, o governo Lula tenta forçar uma centralização da segurança pública ao apresentar a PEC da Segurança ao Congresso, numa aparente tentativa de recuperar sua imagem.
A proposta, enfrenta resistência de governadores e parlamentares por ser vista como uma tentativa de usurpar suas atribuições.
O cenário atual coloca a segurança pública como um dos temas centrais para as próximas eleições, com a população exigindo respostas mais contundentes e eficazes para enfrentar o avanço do crime organizado e a violência.
A percepção de que o governo federal não tem feito sua parte no combate ao crime pode se tornar um dos maiores desafios políticos para o presidente Lula, especialmente em um momento em que sua popularidade já enfrenta pressões de outras áreas, como economia e saúde pública.
Isto sem falar nos escândalos de corrupção, como o caso do desvio de R$ 6,5 bilhões do INSS, que trazem de volta o fantasma da Lava Jato.