Se há algo que Eduardo Paes (PSD) domina, além de inaugurar obras com discursos inflamados, é a habilidade de se equilibrar em um cenário político cada vez mais instável. Com sua base aliada mais fragmentada que biscoito de polvilho, o prefeito do Rio de Janeiro parece ter encontrado uma solução mirabolante para tentar consolidar sua candidatura ao governo do estado: um movimento estratégico que une sobrevivência política e aproximação com o eleitorado evangélico.
A jogada da vez? Nomear o vereador Marcos Dias (Podemos) como vice-líder do governo na Câmara Municipal. Um gesto que, à primeira vista, parece apenas mais uma tentativa de reorganizar sua tropa, mas que, na verdade, carrega um objetivo bem mais ambicioso. Afinal, nada como um pastor na linha de frente para abrir portas entre os fiéis e garantir aquele apoio celestial nas urnas.
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O problema é que, enquanto Paes tenta costurar alianças e apagar incêndios, sua base aliada continua dando sinais de desgaste. Projetos importantes do governo vêm sofrendo revezes na Câmara, e a dificuldade em aprovar medidas essenciais escancara a fragilidade de sua articulação política. Mas, como bom estrategista, o prefeito aposta que um aceno ao eleitorado evangélico pode ser a chave para reverter sua situação.
Resta saber se essa manobra será suficiente para conter a debandada de aliados e garantir uma candidatura sólida para 2026. Por enquanto, Paes segue sua jornada como um equilibrista político, tentando manter-se de pé em meio ao caos. Se vai conseguir? Bem, só o tempo – e talvez um milagre – dirá.