Bandida concurseira: mulher ligada ao CV é presa por planejar atentados contra policiais enquanto estudava para concurso da PF

Jefferson Lemos
Caso ocorrido no Pará é mais um que ilustra estratégia do crime organizado para se infiltrar em instituições públicas com objetivo de transformar o Brasil em narcoestado, diante da passividade do governo Lula, que trata criminosos como vítimas da sociedade (Divulgação)

Uma operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Pará (FICCO/PA) resultou na prisão de dois suspeitos de planejarem ataques contra agentes de segurança pública no estado.

Entre os detidos está uma mulher que, segundo investigações, estudava para ingressar na Polícia Federal por meio de concurso público e facilitar ações contra agentes de segurança.

A ação, denominada Operação Covil, foi deflagrada nesta quinta-feira (22) e contou com o apoio de diversas forças de segurança.

A mulher foi presa em Sobradinho, no Distrito Federal, enquanto outro suspeito foi detido em Manaus, Amazonas.

De acordo com a polícia, ambos são ligados à facção criminosa Comando Vermelho e desempenhavam papéis estratégicos dentro da organização.

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As investigações apontam que a mulher atuava como administradora geral, orientadora e tesoureira do grupo criminoso em São João da Boa Vista, São Paulo.

Além disso, ela participava de grupos de estudo com o objetivo de se infiltrar na Polícia Federal e facilitar ações criminosas contra agentes de segurança.

A polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços dos suspeitos, onde foram encontrados materiais relacionados ao concurso da PF.

A operação faz parte de uma estratégia contínua para combater o crime organizado no Pará, especialmente o tráfico de drogas e a atuação de facções criminosas.

As autoridades seguem investigando o caso para identificar outros envolvidos e desarticular a atuação do grupo na região.

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Brasil mais perto de virar um narcoestado

A operação revelou uma estratégia cada vez mais sofisticada do tráfico de drogas: a infiltração em órgãos públicos para obter influência sobre instituições de segurança.

A prática de infiltração em órgãos do Estado é uma estratégia amplamente utilizada pelo crime organizado para minar o poder público e ampliar seu domínio territorial, transformando o Brasil, gradualmente, em um narcoestado.

Ao se inserir em instituições governamentais, essas organizações criminosas conseguem interferir em políticas de segurança, dificultar operações contra o tráfico e obter informações privilegiadas para proteger seus interesses ilícitos.

A infiltração do crime organizado no poder público não é um fenômeno recente, mas que tem se intensificado a passos largos em meio ao que os críticos classificam como passividade do governo Lula diante da escalada da violência no país, com sua política de desencarceramento e seu discurso que considera o bandido como vítima da sociedade. Não à toa a população passou, no governo petista, a considerar a violência como o principal problema do país, superando a saúde, educação e desigualdade social.

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Diante disso, facções criminosas vêm expandindo sua influência sobre instituições governamentais, utilizando corrupção, cooptação de agentes e até mesmo a eleição de representantes ligados a organizações ilícitas.

Historicamente, facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) têm se infiltrado em diversos setores do Estado, incluindo segurança pública, transporte e saúde.

Em São Paulo, investigações revelaram que o PCC conseguiu influência sobre contratos de transporte público e organizações sociais na área da saúde, utilizando essas estruturas para lavar dinheiro e expandir suas operações ilícitas.

Além disso, há registros de facções criminosas exercendo controle sobre comunidades inteiras, substituindo o Estado na oferta de serviços básicos e impondo suas próprias regras.

Em algumas regiões, o poder paralelo já supera a autoridade estatal, criando um ambiente propício para a consolidação de um Estado marginal, onde o crime organizado dita as normas e interfere diretamente na administração pública.

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Soberania nacional comprometida

A fragilidade das instituições e a falta de mecanismos eficazes de combate à corrupção têm facilitado essa infiltração.

Especialistas alertam que, sem uma resposta coordenada e estratégica, o Brasil corre o risco de se tornar um narcoestado, onde facções criminosas exercem influência direta sobre políticas públicas e decisões governamentais.

A prisão dos suspeitos na Operação Covil reforça a necessidade de vigilância constante e medidas rigorosas para impedir que facções criminosas comprometam a soberania nacional.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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