O prefeito de Maricá e vice-presidente nacional do partido, Washington Quaquá, causou o maior rebuliço durante o seminário do PT sobre segurança pública, realizado nesta terça-feira (2) no Rio de Janeiro. Em sua fala, o dirigente voltou a defender a megaoperação policial realizada em outubro nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou mais de 100 bandidos mortos.
Quaquá afirmou que a ação não foi malsucedida pelo número de mortos, mas pela ausência de ocupação permanente das comunidades. “O Complexo da Penha tem mais de mil soldados do tráfico. Então, se fosse para matar, tinha que matar mil soldados”, declarou, arrancando reações imediatas da plateia.
Segundo ele, o Bope “só matou otário, vagabundo, bandido” durante a ofensiva. Questionado se havia trabalhadores entre os mortos, disse ter recebido a resposta de que não. A fala provocou gritos de “mentira” no auditório. Uma mulher confrontou o prefeito, alegando que um pedreiro havia sido decapitado na operação. Quaquá rebateu: “Era tudo bandido. Eu ouço bobagens à vontade. Espero que na democracia se ouça as bobagens dos outros.”
A posição do prefeito contrasta com a de grande parte da esquerda e de organizações de direitos humanos dominadas pelos progressistas, que criticaram duramente a operação. Não é a primeira vez que Quaquá se manifesta nesse sentido: logo após a ação, classificou-a como “necessária” para retirar das facções áreas inteiras dominadas pelo crime.
Em outro momento, endureceu ainda mais o discurso: “Lugar de bandido de fuzil é no valão”, disse, ao comentar a expulsão de moradores de casas populares por criminosos em sua cidade.
Para Quaquá, a ocupação territorial é fundamental para libertar comunidades da opressão do tráfico. “Se fosse para ocupar o território, não ligo quantos soldados do tráfico vão cair. Se um único inocente morreu, foi muito”, concluiu.
