Expulsos da França: traficantes e terroristas serão mandados para prisão na Amazônia

Jefferson Lemos
Esboço 3D da prisão de segurança máxima que deve ser construída na Guiana Francesa.  (Ministério da Justiça francês/Reprodução)

A França anunciou uma nova estratégia para lidar com traficantes de drogas e terroristas, equiparando a periculosidade dos dois grupos e determinando seu isolamento em uma prisão de segurança máxima na selva amazônica da Guiana Francesa, sua ex-colônia do outro lado do Oceano Atlântico que hoje faz parte do seu território.

A medida, revelada pelo ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, representa uma guinada na política de segurança do país, que antes adotava um sistema mais permissivo e menos rigoroso, como no Brasil, onde a legislação ultrapassada dificulta a transferência e manutenção de criminosos de alta periculosidade em prisões de segurança máxima longe de seus redutos. Isto, quando eles não são soltos por uma brecha na lei.

Nova Papillon vai comportar 500 criminosos

A nova penitenciária será construída em Saint-Laurent-du-Maroni, região historicamente conhecida por abrigar a colônia penal da Ilha do Diabo, que inspirou o famoso livro e filme Papillon.

Com capacidade para 500 detentos, a prisão contará com um regime extremamente rígido, visando cortar qualquer contato dos criminosos com suas redes no continente europeu.

França vive escalada de violência nas prisões

A decisão de enviar os presos para um território ultramarino reforça a intenção do governo francês de mantê-los longe da sociedade e do sistema prisional tradicional.

A iniciativa surge em meio a uma escalada de violência dentro das prisões francesas, onde gangues criminosas têm desafiado as autoridades com ataques e rebeliões.

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Endurecimento das políticas de segurança é tendência mundial

O endurecimento das políticas de segurança reflete uma tendência global, com países como Estados Unidos e El Salvador adotando medidas semelhantes para combater o crime organizado.

Em El Salvador, o presidente Nayib Bukele construiu uma megaprisão de segurança máxima com capacidade para 40 mil detentos, enquanto os EUA estudam enviar criminosos para centros de detenção em países parceiros.

Governo Lula tem pior avaliação no combate ao crime

Enquanto isso, no Brasil segue a escalada do crime

O Brasil, por outro lado, enfrenta dificuldades para isolar traficantes de alta periculosidade. O sistema penitenciário brasileiro, frequentemente criticado por sua benevolência com criminosos, tem permitido que facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) expandam sua influência dentro e fora das prisões.

A falta de um regime mais rígido e de medidas eficazes para cortar a comunicação entre líderes do tráfico e suas redes tem contribuído para a escalada do crime organizado no país, diante da incapacidade do governo Federal em conter a expansão de facções.

Além disso, a política de desencarceramento do governo Lula vem contribuindo para o aumento da sensação de insegurança entre a população, que hoje vê a violência como principal problema do país.

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Tolerância zero para traficantes e terroristas

A decisão da França de enviar criminosos para uma prisão isolada na Amazônia marca um novo capítulo na luta contra o crime organizado e o terrorismo.

O impacto da medida ainda será avaliado, mas o país deixa claro que não pretende mais tolerar a atuação de traficantes e extremistas dentro de seu território continental.

Resta saber se outras nações seguirão o mesmo caminho e se o Brasil conseguirá endurecer suas políticas para conter a crescente violência promovida pelo crime organizado.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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