Brasileiro preso com cocaína na Indonésia pode ser executado — no Brasil, já estaria solto

Jefferson Lemos
Brasileiro enfrenta a possibilidade de pena de morte, punição prevista pela rígida legislação indonésia contra o tráfico de drogas (Reprodução/Youtube)

O brasileiro Yuri Bezerra da Costa, de 25 anos, foi preso no último dia 13, no aeroporto de Bali, na Indonésia, com mais de 3 kg de cocaína escondidos em sua bagagem. Ele admitiu que receberia cerca de R$ 135 mil pelo transporte da droga, a pedido de um homem conhecido como “Tio Paulo”. Agora, Yuri enfrenta a possibilidade de pena de morte, punição prevista pela rígida legislação indonésia contra o tráfico de drogas.

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Dois mundos, duas leis

A Indonésia aplica penas severas para crimes relacionados a drogas, incluindo a execução por fuzilamento. O país, apesar de pobre, mantém um dos menores índices de criminalidade do mundo, com taxas de homicídio inferiores a 1 por 100 mil habitantes.

Já o Brasil, com uma das legislações penais mais brandas do planeta, registrou 45.747 homicídios em 2023, com uma taxa média de 21,2 por 100 mil habitantes. Em estados como Bahia, Amazonas e Pernambuco, esse número ultrapassa os 40 por 100 mil.

 

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Impunidade em série

Se o crime tivesse ocorrido no Brasil, é provável que Yuri já estivesse em liberdade. A legislação penal brasileira, marcada por audiências de custódia, progressão de regime e uma política de desencarceramento, frequentemente permite que criminosos sejam soltos poucas horas após a prisão — mesmo em casos graves.

Casos recentes mostram como a impunidade se tornou regra no Brasil:

– Em abril de 2025, um traficante preso com 12 kg de cocaína em São Paulo foi solto após audiência de custódia, sob alegação de “bons antecedentes” e “ausência de violência”.
– No Rio de Janeiro, um homicida reincidente foi liberado após 18 meses de prisão preventiva, por excesso de prazo no julgamento.
– Em Salvador, um grupo de criminosos que participou de um ataque a uma base da PM foi solto por decisão judicial, que considerou a ação “sem provas conclusivas”.

Esses episódios refletem um sistema que prioriza garantias processuais em detrimento da segurança da população. A consequência é clara: a criminalidade avança, e a sensação de insegurança se espalha.

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Turistas e o impacto na Indonésia

A prisão de Yuri ocorre em meio a um aumento de 16% nos crimes envolvendo estrangeiros em Bali, segundo autoridades locais. A ilha, antes símbolo de tranquilidade, tem sido alvo de narcotráfico, fraudes e violência, atribuídos a turistas que tentam explorar brechas legais e desafiar a ordem pública.

A resposta do governo indonésio tem sido firme: prisão imediata, julgamento célere e punição exemplar. A população apoia a política de tolerância zero, que garante segurança e estabilidade, mesmo em meio a desafios econômicos.

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Reflexão urgente

O caso de Yuri Bezerra é mais do que uma manchete internacional — é um espelho da fragilidade do sistema penal brasileiro. Enquanto a Indonésia protege sua população com leis duras e punições exemplares, o Brasil continua a normalizar a impunidade, mesmo diante de uma epidemia de violência.

A pergunta que fica é direta: até quando o Brasil vai permitir que criminosos escapem da justiça, enquanto cidadãos honestos vivem reféns do medo?

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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