Câmara aprova empréstimo de R$ 2,2 bi para Paes e PL destaca má gestão do prefeito em voz alta

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Os vereadores do Partido Liberal lembraram que este é o sexto empréstimo aprovado para a gestão Paes desde 2021.

Eduardo Paes (PSD) pediu R$ 6 bilhões, mas saiu da Câmara do Rio com R$ 2,2 bi e uma surra de microfone da bancada do PL. A proposta que autoriza a prefeitura a contrair novo empréstimo foi aprovada nesta terça-feira (8), em segunda discussão, com 38 votos favoráveis e 12 contrários. Mas o que ficou no ar foi outra coisa: a oposição pode até perder no placar, mas venceu na narrativa.

Com emenda da própria base, o valor foi cortado em mais da metade. Carlo Caiado (PSD) e Rosa Fernandes (PSD) puxaram a tesoura com o argumento de que os “estudos técnicos” da Comissão de Orçamento indicaram que o Rio não aguenta tanto no crediário. Mas o PL, que votou contra, preferiu chamar a manobra pelo que ela é: contenção de danos. O detalhe: este é o sexto empréstimo aprovado para a gestão Paes desde 2021.

Quem puxou a aula prática de finanças públicas foi Paulo Messina (PL). Com direito a ironia, histórico fiscal e lição para a plateia. “Eduardo não é bom gestor. Eduardo tem sorte — e muita. Caiu dinheiro da Olimpíada, da Cedae… e mesmo assim, olha o tamanho da dívida. Agora pede outro cheque. E sem garantia da União”, disparou.

A fatura, segundo ele, não será paga por Paes — mas pela cidade. “Isso aqui vai sair das nossas famílias. 25% é da educação. 15% da saúde. Façam as contas.”

O líder Rogério Amorim engrossou: “O Rio virou a capital mais endividada do Brasil. E o prefeito omite isso da população. Compromete 70% do orçamento com pessoal, cargos eleitorais, supersalários. E ainda vem pedir mais.”

O tom subiu também com Rafael Satiê, autor de um extenso relatório técnico que expôs a falta de planejamento no projeto. “A prefeitura quer pegar um empréstimo de bilhões, mas não diz como, quando, onde nem com quem vai gastar. Isso não passaria em nenhum banco — mas na Câmara querem que passe direto.”

E sobrou ironia: “Quem manda requerimento não recebe resposta. Mas quando o prefeito pede bilhões, a Casa responde na hora”, cravou.

Diego Faro foi na mesma linha: “Isso não é gestão. É cheque em branco pra fazer o que quiser. E a gente sabe o que vem aí em 2026.”

Já o combativo Poubel fechou a conta: “Já foram R$ 5 bilhões antes. O que foi entregue? Agora mais dois, e ainda R$ 15 milhões no show da Lady Gaga. Enquanto isso, a cidade segue abandonada.”

No fim, Paes levou o empréstimo. Mas saiu com recibo de má gestão carimbado no plenário. E com a bancada do PL lembrando, em bom som, que uma cidade endividada também cobra juros políticos.

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