‘No que depender do Congresso, bandido vai ficar na cadeia’, diz senador

Jefferson Lemos
Presidente da Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado, Flávio Bolsonaro, comentou pesquisa Datafolha mostrando que para 58% dos brasileiros a criminalidade aumentou e ainda criticou a política de segurança pública de Lula (Agência Senado)

O presidente da Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou, nesta semana, a criticar a política de segurança do governo Lula, que têm contribuído para a impunidade e o aumento da criminalidade no país.

Uma pesquisa recente do Datafolha trouxe à tona um dado preocupante: 58% dos brasileiros afirmam que a criminalidade aumentou em suas cidades nos últimos 12 meses.

“Estamos endurecendo as regras. No que depender do Congresso e da Comissão de Segurança do Senado, bandido vai ficar na cadeia, sem chance de voltar para a rua para aterrorizar o cidadão de bem”, avisou o senador.

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Ao assumir a presidência da CSP, Flávio Bolsonaro disse que vai priorizar, nos próximos dois anos, a votação de matérias que endureçam a legislação penal.

“Pretendo fazer um trabalho focado nos anseios da nossa população, que vem sofrendo muito com a insegurança pública. Esse é um problema de todos os estados. Sem dúvida alguma, uma coisa que não vai faltar à minha presidência é enfrentarmos, discutimos e votarmos projetos, por mais polêmicos que possam ser”, afirmou na ocasião.

Flávio Bolsonaro citou como exemplo alguns temas que podem entrar na pauta da CSP. Entre eles, regras mais duras para as audiências de custódia e a definição do porte ilegal de fuzil como um crime autônomo ao de tráfico de drogas, projeto que ele próprio apresentou.

“A violência virou uma epidemia. Já recebi de vários profissionais da segurança pública muitas ideias, especialmente o mapeamento de onde estão os principais gargalos na legislação. Vou dar prioridade aos projetos que tratem do endurecimento da legislação penal, com base no que tenho recebido de propostas dos profissionais, afirmou.

Sensação de insegurança

De acordo com o levantamento DataFolha, o sentimento de insegurança entre a população é predominante em todas as regiões do país, com destaque para capitais e áreas metropolitanas, onde 66% dos moradores percebem piora na segurança pública.

A percepção de aumento da violência é maior entre mulheres, com 62% relatando piora, enquanto entre os homens o índice é de 52%.

Além disso, o estudo aponta que 1 em cada 10 brasileiros foi vítima de roubo de celular no último ano, um dado que reforça a sensação de vulnerabilidade.

Legislação ultrapassada

Além da falta de políticas públicas eficazes do Governo Federal, outros fatores têm sido amplamente discutidos como contribuintes para o aumento da criminalidade no Brasil.

Uma legislação ultrapassada, que muitas vezes oferece brechas para interpretações judiciais, dificulta uma punição efetiva dos criminosos. Casos de reincidência são recorrentes, refletindo um sistema que falha em reabilitar e punir de forma proporcional.

Política de desencarceramento

Outro ponto controverso é a política de desencarceramento promovida pelo governo federal nos últimos anos. A busca por reduzir a superlotação nos presídios, dizem especialistas, tem resultado na liberação de criminosos que ainda representam riscos à sociedade.

A falta de acompanhamento adequado desses egressos agrava ainda mais a situação, reforçando ciclos de violência e criminalidade.

Bandidolatria

Além disso, a chamada “bandidolatria” — o culto ou a romantização de figuras criminosas — é apontada como um fator cultural estimulado pelo Governo Federal que influencia negativamente a percepção da gravidade dos delitos.

Essa atitude, manifestada em músicas, filmes e redes sociais, muitas vezes glamoriza a vida no crime, minimizando o impacto das ações criminosas no cotidiano da população e desestimulando o fortalecimento de uma cultura de respeito às leis.

Brasileiros vivem com medo

O levantamento, realizado entre os dias 1º e 3 de abril, ouviu 3.054 pessoas em 172 municípios e revelou que apenas 15% dos entrevistados acreditam que os crimes diminuíram no período.

O cenário atual exige ações urgentes e integradas para combater a criminalidade de forma estrutural.

Revisão legislativa, fortalecimento das forças de segurança, políticas preventivas são alguns passos necessários para reverter essa tendência alarmante.

Afinal, viver com medo não pode ser a realidade cotidiana de milhões de brasileiros, e os fatores que alimentam a violência precisam ser enfrentados com seriedade e determinação.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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