A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (21) uma moção de repúdio contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em resposta a declarações feitas por ele na semana passada, nas quais classificou o Congresso Nacional como de “baixo nível”.
Declaração polêmica acende crise institucional
Durante um evento no Rio de Janeiro, em 15 de setembro, Lula afirmou que o Congresso vive “o pior nível de qualidade já visto”. A fala, feita na presença do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), provocou forte reação entre parlamentares, especialmente da oposição.
O requerimento de repúdio (REQ 429/2025), apresentado pelo deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), foi aprovado pela comissão com críticas contundentes à postura do chefe do Executivo. “Ofender o Congresso é ofender o próprio povo. É negar a virtude do diálogo e desprezar o pacto de convivência que sustenta a democracia”, declarou o parlamentar.
Deputado acusa Lula de ferir equilíbrio entre os Poderes
Evair classificou as palavras do presidente como uma “agressão inaceitável ao Poder Legislativo” e um atentado ao princípio constitucional da harmonia entre os Poderes. “O Parlamento é a expressão viva da República, e sua dignidade não pode ser alvejada por quem tem o dever de zelar pela independência institucional”, afirmou.
Tensão entre Executivo e Legislativo se intensifica
A moção aprovada pela comissão não tem efeito prático direto, mas representa um gesto político de descontentamento e alerta para o agravamento da tensão entre os Poderes. A declaração de Lula reacende o debate sobre os limites do discurso presidencial e o respeito à institucionalidade democrática.
