O senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal General Pazuello, ambos do PL, estão se mobilizando no Congresso para garantir a derrubada do veto do presidente Lula ao projeto que acaba com as chamadas saidinhas dos presos. Lula teria seguido parecer do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que alegou que impedir as saidinhas feria a dignidade humana.
“É com base na dignidade da pessoa humana que vamos trabalhar para derrubar o veto de Lula no Congresso”, rebateu Flávio Bolsonaro, frisando que o veto de Lula representa uma derrota para as vítimas e uma vitória para os bandidos, que voltarão às ruas.
Segundo o senador, a eleição de Lula gerou festa nos presídios, enquanto o trabalhador acabou sufocado pela insegurança. Agora, o presidente estaria querendo promover nova festa com o veto à lei das saidinhas.
“Lula deixou os presídios em festa com sua eleição. O povo trabalhador brasileiro está sufocado com tanta insegurança e Lula querendo nova festa nos presídios mantendo as saidinhas de presos nos feriados”
Senador Flávio Bolsonaro
General Pazuello não só trabalha pela derrubada do veto de Lula, como também tem articulado para atualizar a legislação, endurecendo as penas para os crimes.
“Passo a passo traremos o Brasil de volta para o caminho da justiça, da responsabilidade e do desenvolvimento”, avisa.
Aliados do presidente petista já informaram que Lula, por sua vez, tenta sensibilizar setores da sociedade para ficarem ao lado dos detentos neste embate. Lula busca apoio das pastorais carcerárias evangélicas e católicas e também da OAB. O presidente ainda fala em tom de ameaça com governadores, dizendo que a proibição pode gerar revolta nos presídios, com impacto na segurança pública, um problema que eles terão que gerir.
Diante da pressão popular a cúpula do Congresso já vê a derrubada do veto como certa. Tanto que os líderes do governo no Senado e na Câmara já haviam sugerido que Lula não vetasse o projeto para não se indispor com as Casas. Eles sabem que se o veto for mantido e algum preso cometer algum crime, como um assassinato, por exemplo, durante a saidinha, a culpa recairá como uma bigorna sobre o presidente, abalando ainda mais a sua popularidade, que tem andado em queda.